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CORONAVÍRUS: CONFIRA COMO A CRISE SANITÁRIA IMPACTA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
13 de abril de 2020
Desaceleração da produção mundial, dificuldades de escoamento por vias aéreas e fechamento de lojas estão entre os principais desafios para o produtor
O produtor brasileiro já sente os primeiros efeitos da pandemia por COVID-19. O fechamento do varejo nos grandes centros urbanos e a dificuldade de escoamento da produção para outros países por vias aéreas estão entre os principais desafios enfrentados.
A diminuição da produção industrial no mundo é outro problema. Na China, o primeiro país a sentir os efeitos da crise, o recuo foi de 13,5% no primeiro bimestre de 2020.
No Brasil, as vendas no varejo caíram 20,5%, enquanto o esperado era uma queda bem menor de 5%. O cenário é apontado por um levantamento da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que traz dados dos impactos do vírus no agronegócio brasileiro entre os dias 23 e 27 de março.
A atitude negacionista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também vem sendo apontada por especialistas e outras lideranças mundiais como possivelmente danosa ao Brasil nas relações comerciais no pós crise. Segundo o portal Money Times, o governo brasileiro não deve negligenciar os riscos de retaliações, como da própria China, que foi apontada pelo filho do líder do país, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como responsável pela disseminação do novo vírus.
COMMODITIES EM ALTA
Na semana em análise soja, milho e café foram afetados positivamente pela demanda aquecida, estoques baixos e câmbio em alta. Por esses fatores, os grãos sofreram valorização.
Para a cana-de-açúcar, os preços do etanol se mantiveram estáveis. Mas, a tendência é de baixa, já que a demanda por transportes é menor e o início da safra está se aproximando.
Para as commodities, um problema adicional, além dos já citados, está no fechamento de lojas e revendedoras de produtos especializados na reposição de equipamentos para as máquinas. Além da cana, a colheita do café se aproxima. Com isso, medidas preventivas já vem sendo adotadas, como redução do transporte do trabalhador por ônibus, ampliação dos horários de funcionamento dos refeitórios e orientações sobre higienização.
FRUTAS E HORTALIÇAS
No âmbito nacional, o fechamento de restaurantes, bares e feiras livres reduziu fortemente a procura por hortaliças. Isso resultou no descarte de produtos com baixo desempenho de vendas nas Centrais de Abastecimento.
Nas exportações, esses vegetais têm como principais destinos a União Europeia, os E.U.A e os Emirados Árabes. As origens são as mais variadas regiões brasileiras, que enfrentam dificuldade para escoar a produção, que era majoritariamente feita por meio de vias aéreas, nos porões de voos comerciais, praticamente indisponíveis no momento.
Depois de uma semana de baixa, o tomate voltou a sofrer queda no valor de comercialização. Nos principais centros, a média de preço caiu 37% em relação à semana anterior, ainda de acordo com a CNA.
RAÇÃO ANIMAL
19% mais cara do que a média em fevereiro, a ração base (30% soja, 70% milho) preocupa os principais pecuaristas. A comercialização mais cara se deve às fortes altas nos preços do milho e da soja no mercado interno, influenciados pela demanda internacional aquecida e valorização do dólar.
AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES POR PORTOS
Se as exportações por voos diminuíram, as por portos aumentaram. Em Ponta Grossa, aqui no Paraná, elas registraram um crescimento de 12% em toneladas enviadas para o exterior. O cenário é apontado pela assessoria de imprensa dos Portos do Paraná. A variação é em relação ao primeiro trimestre de 2019.
NOTÍCIA BOA
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) aponta que o envio de soja para o exterior deve bater recorde histórico em março, caso os volumes de embarques previstos para o final do mês se confirmem.
No acumulado até o dia 28, as exportações somaram 11,5 milhões de toneladas, segundo dados da Anec. A Associação ressaltou que apesar da crise sanitária, as operações por meio dos portos estão funcionando, apesar das preocupações logísticas e de higienização.
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