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Alto preço de produtos agro: no fim de ano, insumos devem ficar escassos

20 de novembro de 2020

Chegando aos meses finais de um ano muito atípico (2020), não apenas para a agricultura e para os negócios, mas também, para a economia em geral, produtores rurais, agricultores cooperativas começam a notar já um desafio aparente relacionado a diminuição de insumos e matérias primas nestes meses finais de 2020. Em vista disso, produtores e agricultores precisaram reavaliar operações e, quando possível, buscar alternativas de produtividade conforme as possibilidades. Saiba mais sobre alguns desdobramentos da questão.

Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a falta de insumos, para diversos setores, é uma das maiores desde 2001 em variados segmentos da indústria e da agropecuária.

De acordo com economistas e analistas de finanças, alguns eventos diferentes de 2020 influenciaram este panorama, por exemplo: um maior consumo no mercado interno (aparentemente, foi fortalecido pelo auxílio emergencial governamental), além do aumento de consumo e compra em determinados países (como alguns compradores habituais da Ásia, em especial, a China), e ainda, porque o Real acumulou uma notável perda de valor, de cerca de 40%, em comparação ao Dólar durante o ano de 2020. 

Segundo avaliado até o momento, há uma relativa baixa de insumos, especialmente para algumas cultivares como arroz, que teve muitas oscilações de preço ao longo do ano, e ainda, soja, milho (alta de quase 30% apenas em outubro de 2020) e também a carne.

Preços para negociação
Em regiões como o Rio Grande do Sul, pelo menos desde outubro produtores e consumidores já sentem os efeitos dos aumentos. O presidente executivo da Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul (OARS) lembra que, enquanto o milho subiu mais de 70% em um ano, os preços das carnes no varejo tiveram elevações muito menores. De acordo com informações do IBGE, em 12 meses fechados em setembro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por exemplo, os preços da carne suína no varejo subiram 6,66%, e da carne de frango e ovos, mais de 6,%, segundo dados oficiais da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Preços do Leite
Já em estados como Santa Catarina, a diminuição da oferta de insumos, aliada a questões como a seca já impactam a produção e os preços de produtos como o leite. A ocorrência de fatores negativos simultâneos – como a forte elevação de preços dos insumos e a baixa demanda pelos produtos lácteos – criou uma situação complicada para produtores de leite de Santa Catarina, alerta a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), que já reivindica medidas de apoio do Governo Federal.

Para equilibrar as necessidades de soja e milho no mercado interno, no dia 16 de outubro o governo federal, através da Câmara de Comércio Exterior (Camex), zerou a alíquota do imposto de importação dos dois grãos. A suspensão temporária para soja (grão, farelo e óleo de soja) valerá até 15 de janeiro de 2021. Já em relação ao milho, as importações brasileiras sem pagamento de imposto devem seguir até o fim de março de 2021.

Estimativas para o fim de ano
Mesmo com as estimativas relacionadas aos preços altos de insumos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresenta sinais positivos. Em meses como julho, por exemplo, o dado cresceu 1,26%

Em outubro, segundo divulgado pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção da taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) do setor agropecuário de 1,6% para 1,9% em 2020. 

A tendência é que o PIB do agronegócio continue em alta e feche o ano com um crescimento importante, aponta a pesquisadora. No acumulado entre janeiro e julho, o crescimento do setor foi o maior da série histórica. Caso a perspectiva positiva até o final do ano seja confirmada, Rennó projeta que o agronegócio possa atingir 25% de participação no PIB total do Brasil.

E para o próximo ano?
Já há alguns dados preliminares sobre o agro projetados para 2021. Para o ano que vem, a projeção de crescimento divulgada (também pelo EBC) do PIB agropecuário de 2,4% para 2,1%.

A revisão para baixo dos números estimados para 2021 é reflexo do aumento da base de comparação, com o melhor resultado esperado para 2020. Essa alta da base de comparação em 2020 estaria relacionada a estimativas mais otimistas para as safras de soja e milho do IBGE deste ano.  Acompanhe nosso blog e nossas redes sociais para mais novidades sobre o agro.

(Com informações de G1 Agro, Jornal do Comércio e EBC).